quinta-feira, 3 de maio de 2012

CAPÍTULO XVIII - MUITOS OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS

JESUS Mt 22:1-4

“E Respondendo Jesus, lhe tornou a falar segunda vez em parábolas dizendo: O Reino dos Céus é semelhante a um homem rei, que fez as bodas a seu filho, e mandou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, mas eles recusaram ir. Enviou de novo outros servos, com este recado: Dizei aos convidados: Eis aqui tenho preparado o meu banquete, os meus touros e os animais cevados estão já mortos, e tudo pronto; vinde às bodas. Mas eles desprezaram o convite, e se foram, um para a sua casa do campo, e outro para o seu negócio. Outros porém, lançaram mão do servos que ele enviara, e depois ed os haverem ultrajado, os mataram. Mas o rei, tendo ouvido isto, se irou; e tendo feito marchar os seus exércitos, acabou com aqueles homicidas, e pôs fogo à cidade. Então disse aos seus servos: As bodas com efeito estão aparelhadas, mas os que foram convidados não foram dignos de se acharem no banquete. Ide pois às saídas das ruas, e a quantos achardes, convidai-os para as bodas. E tendo saído os seus servos pelas ruas carregaram todos os que acharam, maus e bons; e ficou cheia de convidados a sala do banquete de bodas. Entrou depois o rei para ver os que estavam à mesa, e viu ali um homem que não estava vestido com veste nupcial. E disse-lhe: amigo, como entraste aqui, não tendo vestido veste nupcial? Mas ele emudeceu. Então disse o rei aos seus ministros: Atirai-os de pés e mãos e lançai-o nas trevas exteriores: Aí haverá choro e ranger de dentes. Porque são muitos os chamados e poucos os escolhidos.”

KARDEC

Nesta parábola, Jesus compara o Reino dos Céus onde tudo é felicidade e alegria, a uma festa nupcial. Mas não basta ser convidado; não basta dizer-se cristão, nem tampouco sentar-se à mesa para participar do banquete celeste. É necessário, antes de tudo, e como condição expressa, vestir a túnica nupcial, ou seja, purificar o coração e praticar a lei segundo o espírito, pois essa lei se encontra inteira nestas palavras: Fora da Caridade não há Salvação. Quão poucos se tornam dignos de entrar no Reino dos Céus! Foi por isso que Jesus disse: Muitos serão os chamados e poucos os escolhidos.
A porta da perdição é larga, porque as más paixões são numerosas e o caminho do mal é o mais freqüentado. A da salvação é estreita porque o homem que deseja transpô-la deve fazer grandes esforços para vencer as suas más tendências, e poucos se resignam a isso. Completa-se a máxima: são muitos os chamados e poucos os escolhidos.
Por estas palavras: “Se fosseis cegos, não teríeis culpa.”, Jesus confirma que a culpabilidade está na razão do conhecimento que se possui.
O primeiro pensamento de todo espírita sincero deve ser o de procurar, nos conselhos dados pelos espíritos, alguma coisa que lhe diga respeito.

OS ESPÍRITOS

“Dá-se ao que tem e retira-se ao que não tem”. Aquele que recebeu é o que possui o sentido da palavra divina.
Ele a recebeu porque esforçou-se para fazer-se digno, e porque o Senhor, no seu amor misericordioso, encoraja-lhe os esforços em direção ao bem! “Tira-se àquele que nada tem, ou que tem pouco”.
Não é Deus que retira daquele que pouco havia recebido, mas é o seu próprio espírito que, pródigo e descuidado, não sabe conservar o que tem, e aumentar, fecundando-a, a migalha que caiu no seu coração.
“Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar maus frutos”.
Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem-amados! Cultivai esta árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a cuida-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância os seus frutos divinos. Deixai-a assim como o Cristo vo-la deu; não a mutileis.
Sua sombra imensa quer estender-se sobre todo o Universo; não lhe corteis a ramagem. Seus frutos generosos caem em abundância, para alentar o viajor cansado, que deseja chegar ao seu destino. Não os amontoeis para guarda-los e deixa-los apodrecer, sem servirem a ninguém. “São muitos os chamados e poucos os escolhidos”.

O AUTOR

Todas estas passagens do evangelho nos convidam a refletir na responsabilidade que temos perante a vida, a partir do momento em que deixamos a infância espiritual e descobrimos o sentido dos ensinamentos do Cristo. Saber é o primeiro passo, mas viver de coração esses mandamentos de luz é o que nos torna uma boa árvore. Para isso, recomendo o bom combate que Paulo citou. É contra nossas más tendências que empunhamos as armas da perseverança, é no terreno do amor que nosso exército aliado nos envolve e auxilia, é com treinamento e prática no bem que adquirimos a força que constrói a vitória, e o alimento da oração nos renova a energia e a fé.
O Cristo nos chama a todo instante, cumpramos nosso dever para que nossas obras, em nome d’Ele, nos escolham pela vitória no bem.

FATOS E HISTÓRIAS

Aprendizes do Evangelho, à espera de facilidades humanas, constituirão sempre assembléias do engano voluntário. O Senhor não prometeu aos companheiros senão continuado esforço contra as sombras até a vitória final do bem.
O cristão não é flor de ornamento para igrejas isoladas. É “Sal da Terra”, força de preservação dos princípios divinos no santuário do mundo inteiro.
A palavra de Jesus, nesse particular, não padece qualquer dúvida:

Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Amai vossos inimigos.
Orai pelos que vos perseguem e caluniam
Bendizei os que vos maldizem
Emprestai sem nada esperardes
Não julgueis para não serdes julgados
Entre vós, o maior seja servo de todos
Buscai a porta estreita
Eis que vos envio como ovelhas ao meio dos lobos
No mundo, tereis tribulações.


Mediante afirmativas tão claras, é impossível aguardar em Cristo um doador de vida fácil. Ninguém se aproxime d’Ele sem o desejo sincero de aprender a melhorar-se. Se cristianismo é esperança sublime, amor celeste e fé restauradora, é também trabalho, sacrifício, aperfeiçoamento incessante.
Comprovando suas lições divinas, o Mestre Supremo viveu servindo e morreu na cruz.

Emmanuel
“Caminho, Verdade e Vida” – FEB
Francisco Candido Xavier

COMENTÁRIO FINAL

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